Muitas pessoas são contrárias a intervenção jurídica no namoro e alegam que se amassem de verdade não estariam pensando em dinheiro. Mas, a realidade é bem diferente e, quer queiram, ou não, a vida afetiva nem sempre é o mar de rosas que se imagina e a briga por valores é inevitável. Um sempre alegará que contribuiu mais do que o outro para a construção do patrimônio; outro alegará que não vai abrir mão de nada, pois, sabe que o(a) ex gastará tudo com outra pessoa; e por aí vaí.
O fato é que as leis, assim como os relacionamentos, sofreram mudanças e nós temos que nos adaptar à eles. Não dá mais para tentar ignorar situações que estão escancaradas na nossa frente. Ignorar todos os tipos de precaução acreditando que depois tudo se resolverá na Justiça é um risco grande e desnecessário. Cada um tem a sua versão dos fatos e uma briga judicial é sempre desgastante e sofrida.
Por isso, vale a pena procurar um advogado para se precaver e tentar evitar problemas futuros. Quando tudo fica claramente definido, as chances de cobranças e questionamentos é muito menor. Afinal, se o amor realmente existe, os dois terão a intenção de tornar esse relacionaento ainda melhor.
Samanta Francisco
Nem casamento, nem união estável. Apenas um namoro nos moldes contemporâneos, o que impõe um ingrediente a mais: “o contrato de namoro”! O nome assusta, mas é a forma que algumas pessoas vêm encontrando para definir a relação e evitar problemas no seu desenlace.
Esses contratos, até pouco tempo inexistentes, estão sendo solicitados em alguns escritórios de advocacia ligados à família. A procura por esse serviço ainda é pequena, mas aponta sinais de crescimento. Seu surgimento está atrelado à entronização da união estável no ordemento jurídico, conforme explica a advogada Gladys Maluf. “O tema ganhou relevância na medida em que a união estável, em vez de trazer segurança ao cidadão, está lhe causando temor e insegurança. Atemorizados, as pessoas evitam qualquer comprometimento afetivo mais profundo a fim de fugir da possibilidade de reconhecimento de união estável.”