Proprietários de veículos no Estado de São Paulo devem ficar atentos à nova determinação do DETRAN e aos prazos que serão estipulados para a realização da troca.
Samantat Francisco
Todos os veículos registrados no Estado de São Paulo vão precisar trocar as placas, seguindo um cronograma que será feito pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). O órgão prepara uma licitação para a substituição dos modelos atuais por outros com películas refletivas, que são mais fáceis de serem flagrados por câmeras e radares.
O objetivo é que o novo modelo comece a ser adotado a partir do ano que vem pelos veículos saídos de fábrica. Os carros, motos, ônibus e caminhões que tiverem as placas danificadas também vão precisar substituí-las pelas novas quando forem regularizar a situação.
Os demais vão seguir um cronograma que o governo afirma que será "a longo prazo", provavelmente seguindo a ordem do dígito final de cada placa - como marcar a troca dos veículos com final 1 para 2012; final 2 para 2013 e assim por diante. "Nós seguramos um pouco a licitação, pois estamos estudando uma forma de essa troca não pesar para a população. Estamos focados em garantir uma forma que o preço a mais não seja repassado", disse o secretário estadual de Gestão, Julio Semeghini.
O governo estadual afirma que o novo modelo de placas é praticamente 100% visível nas câmeras e registros fotográficos dos radares. Um dos objetivos é fortalecer a fiscalização feita principalmente pelos radares do modelo OCR (o popular "dedo-duro"). Esses equipamentos flagram veículos sem licenciamento e roubados. A atual gestão também pretende usá-los para flagrar os veículos que não pagam pedágio, após a substituição do modelo atual pelo quilométrico.
"Estamos preparando a integração de banco de dados para ajudar ainda mais na fiscalização", disse o secretário. Ele acrescenta que os radares do modelo OCR, que entraram em operação em dezembro do ano passado, já apresentaram resultado positivo. "Muitas pessoas correram para fazer o licenciamento para não serem multadas ou terem os carros apreendidos", completa Semeghini.
Bilhões. As novas placas custam até 30% a mais que os modelos usados atualmente, segundo o governo do Estado. Isso significa que a troca das placas pode ser uma das maiores licitações da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). A reportagem do Estado pesquisou no mercado e constatou que o preço médio de um par de placas do modelo atual é de cerca de R$ 65. Calculando a estimativa de aumento do governo e o tamanho da frota estadual, os investimentos podem passar de R$ 1,6 bilhão nos próximos anos.
O setor de emplacamento e lacração foi sacudido por denúncias de corrupção quando o Detran era ligado à Secretaria de Segurança Pública. Em 2009, uma investigação flagrou um esquema que desviou R$ 40 milhões do departamento depois de fraudar a licitação para as placas. Em 2010, ex-diretores do Detran foram acusados de provocar, entre 1994 e 2006, um rombo que pode chegar a R$ 2 bilhões. Eles não teriam cobrado a taxa prevista em lei para lacrar veículos em São Paulo.
Por Renato Machado e Cida Alves
Fonte: O Estado de São Paulo
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