Pai de Joanna é transferido para presídio de Bangu 8, no Rio
Madrasta também foi denunciada pelo Ministério Público.
Audiência sobre falso médico que atendeu a menina será nesta terça.
Foi transferido para o presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta terça-feira (26), o pai de Joanna Marcenal, que morreu de meningite no início de agosto. Ele saiu escondendo o rosto com as mãos. André Marins foi preso na noite de segunda-feira (25). Sua mulher, Vanessa Maia, madrasta da menina, também foi denunciada pelo Ministério Público. Eles negam o crime.
Segundo o delegado Luís Henrique Pereira, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, responsável pelas investigações, André passou a noite numa cela improvisada numa sala da delegacia e dormiu em um colchonete.
Essa história vai ficar colada em mim', diz mãe
Na manhã desta terça-feira (26), a mãe de Joanna, Cristiane Marcenal, disse, em entrevista ao programa Mais Você, que se emocionou com a prisão de André. “Quando recebi a notícia, chorei muito. Não queria que nada disso tivesse acontecido. Essa história de filha torturada e morta vai ficar colada o resto da vida em mim”, disse.
Cristiane disse ainda que é um alívio ver que a Justiça foi feita. “Ontem falei com meu marido que toda a sociedade do Rio vai dormir com a sensação de que existe Justiça neste estado. MP e DCAV fizeram o que tinha que ser feito. O prédio que tem no Centro não está só para enfeitar, ele existe para fazer Justiça”, disse Cristiane.
MP condena atuação de madrasta
A promotora Ana Lúcia Melo afirmou, na tarde de segunda-feira (25), que a madrasta de Joanna teve uma atuação tão grave na morte da menina quanto a do pai dela.
“A Vanessa, por todo tempo, tinha o domínio final do fato. Ela residia na mesma casa que o André (o pai da menina), ela tem com ele duas meninas de idade próximas, ela participava e acompanhava tudo o que era feito”, afirmou a promotora.
Segundo Ana Lúcia, a relação da madrasta com a enteada ficou clara quando o pai da menina fez um registro de ocorrência na delegacia, alegando que tinha sido agredido a cadeiradas pela mulher. O motivo foi que os pais dele, avós da Joanna, haviam feito uma festa para a criança e a madastra não teria ficado satisfeita.
Penas podem chegar a 40 anos
A promotora revelou que há 26 registros de ocorrência contra o pai de Joanna, entre eles dois por agressão à mulher grávida. Além disso, André Rodrigues Marins já foi acusado de desobediência à ordem judicial e enquadrado na Lei Maria da Penha.
A denúncia de tortura, segundo a promotora, foi por conta das queimaduras, os hematomas e a constatação de distúrbio psicológico da criança. O crime de homicídio, explicou Ana Lúcia, foi devido ao fato dos dois se omitirem nos episódios e assumirem o risco da morte da criança. As penas somadas podem chegar a mais de 40 anos.
Alícia Uchôa - Do G1 RJ
Fonte: Globo
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