quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CASO JOANNA MARINS - parte III

A juíza Cláudia Nascimento Vieira, da 1ª Vara de Família de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, lamentou em nota divulgada ontem o falecimento da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins e disse que se a violência contra a vítima for confirmada "será uma surpresa". Cláudia foi a responsável por conceder ao pai a guarda da criança, de cinco anos, cuja morte pode ter sido causada por maus-tratos.

A magistrada alegou que "até o momento, não havia prova disto nos autos do processo que tramita neste Juízo de Família" e acrescentou que a internação da criança "não guarda relação com o processo onde se discutia sua guarda e visitação". No entanto, ela reconheceu que uma notícia de maus-tratos em 2007 resultou na suspensão das visitas do pai, o técnico-judiciário André Rodrigues Marins, por nove meses. Segundo a juíza, um estudo psicológico teria atestado a inexistência da violência e restabelecido a visitação paterna.

Desde 2007, o pai da vítima disputava a guarda de Joanna com a mãe, a médica Cristiane Marcenal. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), neste período foram realizados um estudo social e dois estudos psicológicos sobre o caso, com a participação de três psicólogos diferentes.

A juíza defendeu sua decisão e afirmou que estudos psicológicos realizados no processo de Joanna concluíram pela necessidade de "restabelecer com urgência o convívio da criança com o pai" e "sem a interferência da mãe". A magistrada acrescentou que durante todo o tempo de tramitação do processo, o pai encontrou dificuldades para exercer a visitação, "diante dos obstáculos criados pela genitora". Segundo a magistrada, isto culminou na reversão da guarda provisória.

Joanna morreu na sexta-feira vítima de parada cardíaca em um hospital em Botafogo, na zona sul do Rio, após ficar 26 dias em coma. Antes da última internação, ela passou por duas clínicas. Na Rio Mar, na Barra da Tijuca (zona oeste), a criança foi atendida por um falso médico, o estudante de medicina Alex Sandro da Cunha Silva, de 33 anos, que receitou anticonvulsivos e liberou a criança desacordada. Ele está foragido e a ex-coordenadora do Setor de Pediatria da Rio Mar Sarita Fernandes Pereira foi presa.

Fonte: Globo


A história se repete. Apesar de todos os erros cometidos e das barbaridades que saltam aos olhos, tentam explicar o inexplicável. Continuamos torcendo para que tudo seja apurado e a verdade venha à tona.
Quero aproveitar e agradecer a visita da Renata no blog. Fiquei muito feliz em receber seu recado e saber que você tem acompanhado nossas matérias. Estamos acompanhando o caso da Joanna e iremos noticiando os últimos acontecimentos. Mesmo assim, me coloco a disposição para esclarecer eventuais dúvidas, ou mesmo para estar postando algo de seu interesse.
Por fim, hoje, ao acessar um site que tem me chamado a atenção pelo excelente conteúdo, me deparei com uma mensagem linda sobre a Joanna, e é com esse texto que quero encerrar esse post de hoje.
Boa noite!!
Samanta Francisco

"Olho para os meus filhos enquanto eles dormem. Em muitas oportunidades eles estão com um sorriso no rosto. Pode parecer estereotipado, mas acho que consigo imaginar o que provoca aquela expressão. Ele pode estar pensando num jogo de futebol, ou num prato de sushi de salmão, já que é meu filho. Ela, num vestido rosa de princesa.

Não sei quando os objetos destes sonhos vão se transformar, mas espero que essa transformação ocorra com sabor de descoberta e de aventura.

Joanna Marins não terá essa oportunidade. Lembro da história que ouvi da ocasião de sua despedida de Cristiane Marcenal. Na ocasião, a filha disse que a mãe a partir dali só teria duas filhas. Um grande amigo disse-me uma vez que filhos são flechas que lançamos no mundo. Acho que Joanna não chegou a ser lançada. No campo das metáforas talvez a melhor imagem fosse de um cometa. Rápido e belo.

Vamos aos fatos que a polícia deve buscar respostas. A menina tinha sinais de maus tratos, de acordo com os investigadores. Além disso, foi atendida por um falso médico num hospital particular na Barra da Tijuca. O assunto deve ser esgotado. Não pode cair no esquecimento. O drama dos dias de luta pela vida no CTI do hospital acabou da forma que mais se temia, porém esta era a mais provável.

Pelos comentários deixados em textos anteriores, os lados envolvidos lançaram-se em trocas de acusações, mas este escriba vai se ater aos fatos. O primeiro, eu vi o documento da 5ª Vara de Família da Comarca de Nova Iguaçu. No laudo assinado por Cristina Segheto Rodrigues, responsável pelo expediente naquela data, Joanna aparentava estar bem cuidada e trouxera seus pertences pessoais. Além disso, segundo a polícia, os sinais de maus tratos datam de um período de 40 dias, período em que a menina estava sob a guarda de André Marins. Não são declarações tendenciosas, como andaram comentando por aqui, são informações da polícia. Repito, o bastão está com os "homens da lei". Eles devem esclarecer o que houve.

A pior batalha já foi perdida, Joanna não estará fisicamente com a família no dia 20 de outubro, dia que completaria 6 anos. Ela será apenas uma bela, porém dolorida lembrança. Em vez de sonhar, ela agora será objetos dos sonhos.

Lembro que a primeira vez que chorei numa matéria foi vendo duas crianças sendo retiradas sem vida dos escombros de um desabamento. Aquela imagem me assombra, por antinatural. O ciclo da vida deve ser os filhos enterrando os pais, não os olhos maternos inundados pela imagem do seu anjo se despedindo para sempre.

O texto é melancólico porque não há poesia, humor, graça ou beleza na morte de uma criança. Existe apenas luto na alma."

Um comentário:

  1. temos que fazer de tudo para que este caso não seja esquecido,estes mosntros devem ser punidos,o povo precisava se unir como no caso Nardoni...mas a rede globo que promoveu tanto o caso Nardoni até que a justiça fosse feita, parece não querer o mesmo para a pobre menina.Eles não falam mais nada sobre o caso, se o assunto tivesse bombando, acho que haveriam motirões para ajudar a pobre mãe da Joana..Mas tenho fé que "os homens da lei" vão retribuir direitinho para este desgraçado e aquela desgraçada (a madrasta) todo o mal que eles fizeram àquela Linda criançinha Joana.

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