quinta-feira, 23 de setembro de 2010

70% dos mortos em SP não têm ficha criminal

Ao contrário do que se imagina, estudo do DHPP (departamento de homicídios) sobre 1.100 casos de homicídios dolosos (intencionais), ocorridos na capital paulista entre 2005 e 2009 e considerados esclarecidos pela Polícia Civil, aponta que 70% das vítimas não tinham antecedentes criminais.

O recorte do DHPP representa 13% do total de 8.492 casos de assassinatos (com 9.145 vítimas) em São Paulo no período e fará parte de um anuário estatístico ainda sem previsão de lançamento.

Outros detalhes da análise prévia sobre o perfil das vítimas de homicídios na capital indicam que 77% dos mortos não usavam droga; 53% eram brancos; 86% eram homens; e 49%, jovens, com idade entre 18 e 30 anos.

O motivo "fútil" é o que determina a maior parte das mortes: 25%. Vingança é a segunda motivação: 20%.

Sobre o local dos crimes, segundo a análise parcial do DHPP, em 65% dos 1.100 casos, a vítima e o autor do homicídio moravam a menos de dois quilômetros de distância um do outro.

A arma de fogo ainda é o instrumento mais usado nos crimes: 66%. E as mortes acontecem mais em locais públicos: 62%.

A Secretaria da Segurança Pública informou ontem não ter disponível o número total de vítimas nos 1.110 casos analisados, já que entre eles existem duplos homicídios e chacinas -quando três ou mais pessoas são mortas em um único atentado.

Ainda segundo a Segurança Pública, entre 2005 e 2009, o DHPP abriu 9.507 inquéritos policiais para investigar homicídios dolosos de autoria desconhecida e, desses, 4.716 foram esclarecidos -49% do total. O DHPP sempre atua em mortes nas quais o assassino não é conhecido.

ASSASSINOS

Pelos dados parciais do DHPP, 49% dos homicidas não registravam passagem anterior pela polícia até se envolver num assassinato; 73% não são usuários de drogas; 48% são brancos; e 62% tem idade entre 18 e 30 anos.

Por ser parcial, o estudo não mostra quantos dos 1.100 casos tiveram a prisão dos acusados pelo homicídio nem quantos terminaram condenados por matar.

André Caramante - Folha de São Paulo

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