segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PEDOFILIA

4ª parte) Como prevenir o abuso sexual do menor, cuidados que se deve ter, e o que fazer quando ocorrer esse crime

O abuso sexual infantil ocorre em todo o Brasil, independente de classe, cor, credo, situação financeira, nível de instrução ou qualquer outro diferencial, e em todos os casos atinge o direito à saúde, à vida, à dignidade, ao respeito e à liberdade da criança.

Embora existam os “clubes de pedofilia”, que servem para intermediar o encontro do pedófilo com as crianças, facilitando o turismo sexual, o tráfico de menores, e a prática de abusos sexuais, esse tipo de criminoso pode estar presente em qualquer tipo de grupo social e também ser membro ou amigo da família da criança abusada.

O psiquiatra Miguel Chalub afirma que, ao contrário do que muitos acreditam, a ocorrência desse crime é mais comum entre pessoas próximas. “São pais, tios, irmãos mais velhos, padrastos, padrinhos, e pessoas que por alguma razão qualquer têm ascendência sobre crianças, como pediatras, psicólogos infantis, pessoas que trabalham com menores abandonados, cuidadores de crianças, que às vezes até procuram essas capas de benemérito, de ação social, para ter mais acesso à criança”.

O pedófilo normalmente procura os lugares frequentados por crianças, tais como playgrounds, escolas, igrejas, consultórios médicos; e através de agrados, promessas, doces, dinheiro, linguagem infantil, entre outros atrativos, tenta ganhar a confiança das mesmas e passa a persuadi-las para que tire a roupa, se deixe ser fotografada e até tocada.

O combate à pedofilia deve começar com um bom diálogo entre os responsáveis e as crianças. A comunicação é fundamental, e somente através de uma conversa sincera os pai podem esclarecer aos filhos o que lhes faz bem e o que é prejudicial, para que possam lidar com o perigo oferecido por um pedófilo: - diga às crianças que, se alguém tocar no seu corpo e fazer coisas estranhas que são desconfortáveis, elas deverão afastar-se desta pessoa, mesmo se essa pessoa a ameaçar. Ela não precisa ter medo e deve pedir ajuda; - ensine a criança a não aceitar dinheiro ou outras coisas e nem convites de pessoas que não conhece; - vigilância: é necessário supervisionar a criança, fique sempre atento ao comportamento e relacionamento da sua criança com a pessoa; - esteja ciente de onde sua criança está e o que ela faz; - peça para adultos responsáveis ajudarem a vigiar as crianças quando os pais não podem fazê-lo; - se não for possível supervisionar sempre, peça que seu filho fique sempre perto de outras crianças e explique que é melhor estar sempre com um companheirinho ao lado; - conheça os amiguinhos do seu filho, principalmente aqueles que são mais velhos que seu pequeno; - ensine seu filho a cuidar da própria segurança; - oriente-o para sempre pedir ajuda a outro adulto quando sentir necessidade; - explique para seu filho que, em situações de perigo, pode gritar e correr sem vergonha para chamar atenção.

O abusador é covarde e se utiliza de todos os meios para praticar o crime, que se tornou ainda mais fácil de ser cometido com o avanço dos meios de comunicação, razão pela qual é de grande importância entender como ele age e estar atento aos sinais dados pelas crianças que foram vítimas desses criminosos.

Hoje em dia, a Internet é sem dúvida o maior e principal meio de propagação da pedofilia, sendo de extrema importância a conscientização de internautas, políticos, famílias e sociedade como um todo, fiscalizando e denunciando as ações criminosas. Também cabe aos pais e responsáveis verificar as páginas e sites acessados por seus filhos, para que estes não sejam vítimas de crimes de abuso sexual, mesmo que virtual, assim como vigiar por onde seus filhos andam, com quem estão, e o que fazem.

Os pedófilos se utilizam de meios eletrônicos como msn, chats, redes de relacionamentos, blogs, e até mesmo e-mail; e através de perfis falsos, roubo de senhas, linguagem infantil, confiança adquirida com a criança, chantagem emocional e financeira, amizade que conquista em razão de se passar por criança nas conversas da internet, conseguem persuadir os menores e praticar abuso sexual com os mesmos.

Por isso, os pais devem ter alguns cuidados para evitar o assédio de pedófilos pela Internet: - usar o computador e a internet junto com a criança. Criar condições para que a criança lhe mostre os sites pelos quais navega; - instalar o computador em um cômodo comum da casa, ao qual todos tenham acesso; - sempre que puder, verificar as contas dos e-mails das crianças; - procurar saber quais os serviços de segurança usado nos computadores das escolas e das lan houses freqüentadas por seus filhos; - orientar crianças e adolescentes a não se encontrarem com pessoas que conheceram pela Internet; - instruir as crianças e adolescentes a não postarem fotos pela Internet; - ensinar as crianças e adolescentes a não divulgarem dados pessoais - idade, endereço e telefone - em salas de bate-papo; - dizer às crianças e adolescentes para nunca responderem a mensagens insinuantes ou agressivas; - explicar para as crianças e adolescentes os perigos da pedofilia na Internet; - conhecer os amigos que a criança faz no mundo virtual (assim como podem surgir boas amizades, também podem aparecer pessoas com más intenções); - criar dispositivos de bloqueio e controle de determinados sites; - explicar à criança que muitas coisas vistas na Internet podem ser verdade, mas também podem não ser; entre outros.

Descobrir o abuso não é uma tarefa fácil porque sempre envolve constrangimento da vítima, que por vergonha ou medo das ameaças, na maioria das vezes se calam. Por isso, é muito importante estar atento as atitudes da criança, e percebendo qualquer comportamento estranho, incentive a criança a falar sem censura ou repreensão, enfatizando que ela não é culpada pelo ocorrido, elogiando-a por ter contado e lhe oferecendo proteção.

Normalmente a criança vítima de abuso demonstra-se depressiva, tem dificuldade de dormir, tem pesadelos constantes, faz desenhos e textos com conteúdo sexual, sente incômodo quando é tocada e recusa carinho, tem medo de sair sozinha, tem interesse em assuntos sexuais e passa a simular atos sexuais com outras crianças ou objetos, deprecia o seu próprio corpo, muda seus hábitos alimentares, demonstra angústia, e pode até mesmo começar a evitar determinada pessoa. Além disso, pode apresentar lesões nos genitais ou na boca, hematomas que não sabe explicar a origem e doenças sexualmente transmissíveis.

Apesar da maior parte das acusações de abuso serem verídicas, acontece de existir imputações falsas, principalmente no caso de situações familiares complicadas, razão pela qual é necessário ter muita cautela para efetivar a denúncia. Todavia, sendo constatada a prática de abuso contra a criança, algumas atitudes devem ser tomadas: - informe as autoridades da suspeita de abuso; - leve a criança imediatamente ao médico da família ou pediatra, para que o corpo da criança seja analisado para saber qual o grau da agressão, caso houver; - um psicólogo ou terapeuta deve consultar a criança abusada para determinar as consequências do caso na criança; - no momento em que a criança decidir contar sobre o abuso, os pais ou responsáveis devem apoiá-la com muito carinho, assim a criança dá o primeiro passo para reestabelecer confiança nos outros e em si mesma; - se a criança tiver que testemunhar sobre seu agressor, escolha momentos mais descontraídos e métodos indiretos para evitar o confronto com o agressor; - em qualquer caso de violência contra crianças, denuncie. A denúncia ainda é a forma mais eficaz de prevenção. Ficar quieto só estará a incentivar mais crimes como este; - para todos os casos de abuso, entre em contato com a polícia.

O fato é que deve ser garantido à todas as crianças e adolescentes um desenvolvimento saudável, livre de qualquer abuso, inclusive sexual, e para isso, somente com a união dos pais, da sociedade, da legislação, da polícia, e de todos, poderá ser alcançado.

Fonte: www.criancas.pt/; www.todoscontraapedofilia.com.br; http://www.mscontraapedofilia.ufms.br/

Advogados:
Dra. Samanta Francisco
Dr. Jakson Clayton de Almeida

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