Laudo preliminar diz que Joanna Marcenal Marins morreu por meningite
O laudo preliminar do Instituto Médico-Legal revelou que a causa da morte da menina Joanna Marcenal, de 5 anos, foi provocada por meningite. O resultado definitivo só deve sair em até dez dias e vai comprovar se a meningite foi provocada por um vírus ou uma bactéria.
Joanna estava internada em um hospital no Rio de Janeiro em coma desde o dia 19 de julho e morreu no dia 13 de agosto. Ela foi atendida e liberada por um falso médico em um hospital na Zona Oeste do Rio, que teve a prisão preventiva decretada no dia 10, mas continua foragido.
A médica Sarita Fernandes Pereira, suspeita de ter contratado o falso médico, foi presa no dia 14 de agosto por policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav).
Joanna era alvo da disputa dos pais desde o nascimento. A causa de sua morte ainda é desconhecida para a polícia e os médicos. Uma das hipóteses investigada é se a menina foi vítima de maus-tratos, já que ela tinha uma mancha nas nádegas que, segundo o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML), parecia uma queimadura. O pai da menina nega as agressões.
A delegacia que investiga o caso ainda aguarda a conclusão de exames complementares do IML para saber se Joanna sofreu ou não maus-tratos.
No domingo (26), amigos e parentes de Joanna fizeram um protesto na orla de Copacabana e pediram pressa na conclusão do caso.
Promotora diz que Joanna foi vítima de alienação parental
O Programa Mais Você mostrou nesta segunda (27) uma gravação em que a promotora Elisa Pittaro, que acompanhou um inquérito policial sobre o caso da menina, faz comentários sobre a morte de Joanna. O inquérito, do ano de 2007, foi aberto quando a mãe de Joanna acusou o pai da menina de agressão.
De acordo com a promotora, que também conversou ao vivo por telefone com a apresentadora Ana Maria Braga, a menina foi vítima de alienação parental. Na gravação ela afirmou que vai entrar com duas denúncias contra a mãe de Joanna, já que segundo a promotora, na ocasião das denúncias contra o pai de Joanna, ela teria narrados fatos criminosos que "não ocorreram".
"Pra mim foi uma disputa cruel pela guarda. Ela foi disputada como um pedaço de roupa. Tenho informações de que essa menina tomou remédio controlado em 2005, 2006, 2007, 2008. Eu entendo a dor da mãe dela dizer que a Justiça matou a criança. O que tem documentado é típico de alienação parental. A menina apresentava nove dos dez sintomas de alienação parental. Eu tenho documentado nos autos que a mãe contou à criança que o pai havia morrido”, afirmou Elisa Pitarro no telefone.
'É louca', diz promotora sobre mãe de Joanna
A promotora ouvida é professora da escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, o mesmo lugar onde estuda o pai de Joanna, André Martins. Em uma conversa gravada por uma aluna dela, ela fez comentários sobre a morte de Joanna, fez críticas à mãe e disse ter dado conselhos ao pai.
Na gravação a promotora diz que a mãe de Joanna é “louca” e fala que "vai denunciá-la”. “Ela sabia que a menina tomava remédio controlado. Fez um registro lá na minha DP há um ano atrás, dizendo que o pai, dizendo que o pai demorava a entregar e era um perigo porque ela tomava medicação controlada, remédio neurológico. Como é que você entrega uma menina de 5 anos que toma remédio para o cérebro e não avisa ao pai? O que vai acontecer? A grande probabilidade é que as convulsões que a menina teve "foi" por conta de crise de abstinência medicamentosa. Quando tudo ficar devidamente esclarecido, essa mulher está lascada’”, disse ela em um dos trechos. Em outro, a promotora diz que a mídia tem grande influência no caso. “Cara, você não duvide do poder da mídia. A polícia está com os dentes ali no pescoço dele”, falou, referindo-se ao pai da menina.
A promotora conversou com a apresentadora Ana Maria por telefone, ao vivo, nesta segunda, para explicar a gravação. “Quando é feito o registro sobre delitos que não ocorreram isso se configura crime. O procedimento que eu tenho em Nova Iguaçu mostra que não existiu crime algum. Essa gravação foi feita no início de uma aula, quando me foi questionado de maneira informal”, disse.
Promotora se afastou do caso
Elisa Pittaro afirmou que houve um pedido de afastamento do caso, mas que ela não entendeu o motivo, uma vez que já estava afastada. “O que foi feito em 2007 foi um registro de ocorrência em decorrência de hematomas e arranhões que possivelmente foram feitos pelo pai. Falei com a criança, assim como o pai, que era aluno aqui da escola. Ele contou as mazelas que passava e, quando encerramos o depoimento, mandei um ofício para a Vara de Família para que fossem enviados os documentos que ele havia me trazido. O hematoma que a Joanna apresentava, segundo a própria menina, foi de uma queda no banho que ela própria relatou. A criança também disse que uma suposta mordida foi feita por um cachorro da avó”, explicou.
Segundo a promotora, as supostas agressões foram negadas pela criança. “O pai teve as visitas suspensas, daí a razão de a mãe ser denunciada. Isso é crime”, falou. A promotora disse saber que a menina morreu em consequência de uma meningite viral. “Soube em meados de agosto, então fiquei muito tranquila para arquivar o caso", justificou Elisa.
O Mais Você ouviu ainda o pediatra de Joanna, Wanderley Porto. Ele contou que ela era uma criança saudável e que a mãe era muito cuidadosa. “Ela teve uma doença chamada ‘terror noturno’, que a criança apresenta quando tem problemas emocionais e fica muito excitada. Nesse período ela foi tratada por uma neuropediatra. O remédio que ela tomou era um neuroléptico, que só ajuda na circulação cerebral. Mas não tem nada a ver com convulsão e não é anticonvulsivante. Quando a Joanna foi entregue ao pai já não tomava o remédio há dois anos. Ela estava supersaudável quando foi entregue a ele”, disse o médico.
Fonte: G1 Globo
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